Mudança com um bebê – Parte 1: Um breve relato e lições aprendidas

Se há um certo evento que sempre significou para mim uma forte possibilidade de vivência traumática, este evento se chama ‘mudança de casa’! Definitivamente não tenho o melhor histórico quando se trata deste evento em particular, e aí, antes mesmo de vários outros dilemas da maternidade a serem enfrentados, tivemos um belo desafio: realizar a mudança de apartamento na mesma cidade mas longe dos familiares e com um bebê de 5 meses de vida!! Só a idéia foi de dar arrepios, mas… enfim, fizemos!! E sobrevivemos!! rsrs.

Assim, vale um breve relato como início de discussão sobre este tema, especialmente para ressaltar as lições aprendidas.

Primeiro ponto crítico: eu já havia voltado a trabalhar da licença-maternidade e meu marido, ‘curtindo suas férias’, se encarregou de conhecer as opções e alternativas para a mudança. Primeiro agravante: nesta fase estávamos no auge da amamentação e usufruí dos intervalos garantidos por lei para que ele pudesse levar Juju até meu trabalho para amamentá-la. Segundo agravante: não contávamos com familiares na cidade para nos auxiliar diretamente no processo de arrumação das coisas, acompanhamento do bebê e estávamos há quase 7 meses sem ter mexido nada do apartamento por estarmos em outra cidade pelo nascimento da Juju.

Enfim, em 2 semanas, estávamos trazendo os móveis para o novo apartamento com auxílio de uma transportadora, tínhamos optado por embalar e transportar o que pudéssemos sobre os objetos menores para evitar ainda mais a possibilidade de perdermos algo, pois efetivamente não tínhamos ciência de tudo o que estava sendo transportado.

Resultado: o outro apartamento devidamente entregue e vistoriado, todos os móveis e objetos dentro do novo apartamento e tendo passado uma semana antes em séria discussão com a imobiliária e a companhia de energia elétrica sobre religarem a luz e ainda outros reparos que fomos descobrindo urgentes ao entrar no novo apartamento. Sim, você deve estar pensando em desespero, e foi exatamente esse o sentimento ao ver tudo dentro do novo apartamento para arrumarmos, o marido correndo atrás de acertar todas as rebarbas do processo e um bebê precisando de cuidados ainda intensos e frequentes, ajustando o sono e sentindo um pouco (inevitável!) o estresse dos pais. E olha que mais uma vez a baixinha absorveu até que muito bem tanto impacto. Agravante: continuei trabalhando no período e meu marido voltou ao trabalho na semana seguinte à mudança, tudo a toque de caixa!

Diante de todo este processo, devo dizer que mais uma vez nos superamos e nos surpreendemos com as forças que encontramos para não surtarmos de vez e mantermos religiosamente as rotinas para a saúde da Juju. Isso de alguma forma nos orgulha e certamente fortaleceu ainda mais nossa parceria enquanto casal e novos pais. Afinal, para quem estava acostumado a mudar de casa praticamente só com uma mochila nas costas em outros tempos e com extrema facilidade, o desafio foi visceral!

Não tendo sido a primeira e como certamente não será a última das nossas mudanças, importante ressaltar as lições aprendidas de tudo o que funcionou bem e do que nos causou maior estresse, mesmo considerando que estamos cientes de que, dentro do contexto complexo em que nos encontrávamos, fizemos absolutamente tudo que estava ao nosso alcance para aliviar o impacto.  E, de certa forma, conseguimos!

E para listar apenas algumas das lições aprendidas, embora no contexto que vivemos realmente não tenha sido possível fazer muito diferente:

1. Realmente é bem interessante conseguir um tempo para organizar as coisas a serem transportadas antes do grande evento fatídico, especialmente para realizar descartes significativos do volume da mudança.

2. Com um bebê, a ambientação ao novo lugar é bem mais complexa, uma vez que efetivamente ele não discerne sobre os efeitos da mudança de forma mais racional, não importa o argumento que você utilize, portanto, ele apenas expressa um grande desconforto! Diante disso, o melhor a fazer é tentar preservar ao máximo o bebê do tumulto do ambiente de mudança. Encontrar um lugar para ficar com o bebê durante o auge da movimentação é bem importante. No nosso caso, fomos percebendo isso no processo e foi beeeeem na base do improviso mesmo.

3. A rotina com o bebê continua, independente de qualquer movimentação, portanto basicamente a nossa divisão dos trabalhos foi: mamãe fica integralmente por conta do bebê e papai agilizando geral na operação!! rsrs Beeeem cansativo, mas até que funcionou relativamente bem!! Seria realmente  interessante se pudéssemos contar com um apoio extra para ambas as atividades.

4. Depois que tudo estiver no novo ambiente, vale uma força-tarefa das grandes para arrumar tudo o mais rápido possível e assim aliviar aquele mesmo desconforto que o bebê pode rapidamente absorver. Nesse ponto, o marido foi nota 1.000, em poucas horas os principais ambientes da casa já estavam montados como se tivessem sido transportados assim!

5. Vale muuuito a pena conseguir um tempo para separar malinhas com coisas para a ‘sobrevivência’ da família durantes alguns dias, como se fossem todos para uma viagem. O problema é que no caso de um quase recém-nascido isso significa praticamente um caminhão de objetos e utensílios!! rsrsrs.

6. Vale ainda buscar uma transportadora que também auxilie ou oriente sobre embalar o que será transportado e prever a necessidade de outros profissionais no processo. No nosso caso, descobrimos que precisávamos de um tapeceiro bem na entrega do sofá no novo apartamento!! Surpresas assim certamente não são agradáveis neste momento!

7. E finalmente, no geral, muuuuita calma nessa hora!! O processo de mudança com bebês é pesado por si só mesmo e vai demandar um nível a mais da calma nossa de cada dia em um momento não tão propício assim (privação de sono, refeições geladas e episódios de choro intermitentes definitivamente não contribuem para o nosso melhor estado de consciência!! rsrs).

Assim sendo, volto em breve a trazer novos relatos e finalmente dicas sobre esse tipo de aventura com bebês, agora já com algumas estratégias desenvolvidas a partir destas mesmas lições aprendidas! Afinal, é assim que se aprende mesmo, não é?

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